A Federação das Indústrias Portuguesas Agroalimentares (FIPA) garantiu hoje à Lusa que, neste momento, não se verificam problemas de abastecimento devido ao bloqueio dos agricultores em França, mas alertou para a possibilidade de alguns constrangimentos.

“É evidente que a situação que se está a passar em França, e que se arrasta já há alguns dias, encerra uma preocupação, relativamente à qual estamos atentos. Não se registam em Portugal, no caso concreto da indústria agroalimentar, nenhumas dificuldades relativamente aos ‘stocks'”, assegurou o presidente da FIPA, Jorge Henriques, em declarações à Lusa.

A indústria agroalimentar, à semelhança das restantes, está precavida com ‘stocks’ de segurança, mantendo-se a produzir de uma forma normal.

Contudo, o setor está preocupado, uma vez que o bloqueio está também a afetar, por exemplo, o setor das peças e dos componentes para as máquinas industriais, das quais dependem.

Assim, podem vir a registar-se alguns problemas no que diz respeito à manutenção das máquinas.

“Nós não temos, neste momento […], registo de ruturas naquilo que são as necessidades básicas dos portugueses”, vincou.

Apesar de ressalvar que o impacto vai depender da duração dos protestos, Jorge Henriques sublinhou haver “muito abastecimento” no mercado interno de matérias-primas.

“Muitas das matérias-primas que importamos chegam por via marítima ou ferroviária. Há uma multiplicidade de meios”, sublinhou, notando que, mesmo assim, podem verificar-se constrangimentos em algumas importações.

Na segunda-feira, em declarações à Lusa, o porta-voz da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) afirmou que vários camiões portugueses estão retidos em toda a França, há uma semana, devido aos bloqueios de agricultores franceses.

“Não conseguimos quantificar, mas há muitos camionistas portugueses retidos devido ao bloqueio dos agricultores em França. Neste momento a situação é muito preocupante, não apenas por ser uma situação que se arrasta há vários dias, mas porque não há visibilidade sobre quando poderá terminar”, disse André Matias de Almeida.

Fonte: Lusa via SAPO