Produção de alimentos compostos para animais em 2021
Tal como no ano anterior, e pese embora alguma melhoria ao nível da economia em geral, 2021 foi ainda fortemente marcado pela pandemia e pelas suas consequências, decorrentes do confinamento, de restrições no funcionamento do canal HORECA e da instabilidade das cadeias de abastecimento.
Em 2021, a produção associada da IACA registou um incremento de 2,9%, para um total de 3,4 milhões de toneladas, devido a um reforço na produção de alimentos para aves, a qual teve um crescimento de 7,4%. Esta subida, sem que tal signifique um aumento nas margens ou uma melhoria da rentabilidade das empresas, ficou a dever-se a uma produção em alta nos alimentos para aves.
Ao nível da estrutura da produção, os alimentos para aves mantêm a liderança no mercado, com uma quota de 44,7%. A produção de alimentos compostos para bovinos (22,8%) e para suínos (20,8%) mantém-se equilibrada entre si, apesar desta última representar uma retração de 5,5% na atividade suinícola. Já os alimentos para outros animais tiveram um peso de 11,7%.
Destaques ainda, tal como no ano anterior, para uma relativa concentração da produção, com alguns ajustamentos nas empresas do setor, em particular no setor dos suínos, e para a tendência para a redução, também por esta via, para o peso do chamado “mercado livre” que, em Portugal, representará cerca de 34 a 36% da produção nacional, de acordo com as nossas estimativas.
É possível, uma vez mais, dispormos de informação sobre a produção nacional de alimentos compostos, através dos dados oficiais recolhidos pela Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV). Do apuramento efetuado relativo ao ano de 2021, a produção global de alimentos compostos foi de 4,857 milhões de toneladas, o que representa um crescimento de 3% face ao ano anterior (4,562 milhões de toneladas) devido fundamentalmente a uma maior taxa de cobertura e de respostas da parte das empresas.
O ano de 2022 ficará marcado, indubitavelmente, pela continuação da pandemia e por fortes tensões geopolíticas entre os Estados Unidos da América, China e Rússia, num clima de instabilidade e incerteza, para além do Brexit. A acrescentar, a crise na Ucrânia e a invasão deste país por
parte da Rússia em 24 de fevereiro, agravou ainda mais as debilidades e incertezas, provocando uma subida nos preços para níveis inimagináveis. Perante este panorama, será expectável que, em 2022, a produção de alimentos compostos a nível nacional registe um decréscimo entre 3 a 4%, com o setor dos suínos a influenciar fortemente esta previsão.
Produção de Alimentos Compostos para Animais
(Empresas Associadas na IACA)
1 000 Toneladas
2020 | 2021 | Var.% | |
---|---|---|---|
Aves | 1 432 | 1 538 | 7,40 |
Bovinos | 769 | 785 | 2,08 |
Suínos | 759 | 717 | -5,53 |
Outros | 384 | 401 | 4,43 |
TOTAL | 3 344 | 3 441 | 2,90 |