Só a Ucrânia teria direito a cerca de 186 mil milhões de euros ao longo de sete anos para auxiliar a reconstrução do país. E vários países dos 27 iriam tornar-se contribuintes líquidos da UE.

A adesão de mais nove países à União Europeia (UE), entre os quais a Ucrânia, poderá custar aos 27 Estados-membros mais de 250 mil milhões de euros e cortar em um quinto os subsídios para a agricultura, de acordo com o Financial Times.

De acordo com uma estimativa feita durante o verão sobre as potenciais ramificações financeiras da inclusão da Ucrânia, Moldova, Geórgia e de seis países da região dos Balcãs Ocidentais, consultada pelo Financial Timesacomodar estes países na UE teria um custo de mais de 256 mil milhões de euros para os 27.

Com a adesão destes nove países uma parte dos Estados-membros que hoje mais beneficiam de auxílio financeiro poderia converter-se em países que contribuem para o ‘bolo’ da UE. Contudo, o documento citado pelo Financial Times não faz referência a países que poderiam ser incluídos. Isto significa que, no geral, a maioria dos países receberia menos do orçamento da UE e contribuiria mais.

A acomodação de mais países no bloco comunitário vai ser uma das questões dominantes dos próximos tempos, com países como a Ucrânia e Moldova, oficialmente candidatos à adesão desde o ano passado, a pressionarem os 27 para acelerarem o processo.

Só a Ucrânia teria direito a cerca de 186 mil milhões de euros ao longo de sete anos para auxiliar a reconstrução do país, cujo território continua a ser fustigado por uma guerra com a Rússia – valor que acresceria aos cerca de 400 mil milhões de euros que o Banco Mundial estimou serem necessários para reconstruir o país.

A adesão de mais países à UE tem sido motivo de discórdia entre os chefes de Estado e de Governo dos 27. Uns permanecem cautelosos, como é o caso do primeiro-ministro português, António Costa, ou do Presidente francês, Emmanuel Macron, e alertam para a necessidade de cumprir os prazos de adesão e, se necessário, alterar o modelo de financiamento da UE para poder alargá-la.

Fonte: ECO