
Revista: Nº 99 – 2017
Categoria: Revista
Data da Revista: 2017-05-10
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Indíce
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Editorial
“Sustentabilidade e equilíbrio”
O mundo actual enfrenta uma série de desafios que implica alterações nos comportamentos. Quando falamos de sustentabilidade temos que ter em conta o sentido do termo. E se existem conceitos aceites por todos, que têm a ver com a relação do homem com o meio ambiente, também posso afirmar que sustentabilidade significa capacidade de repor aquilo que consumimos. É nesse sentido que quero direccionar estas breves linhas sobre um tema, que tem muito para abordar, com diferentes conotações, e que é da maior actualidade. Sabemos que o défice de recursos naturais é o maior desafio que se coloca à Humanidade.
Existem estudos que salientam que o consumo de recursos naturais é, hoje, superior à capacidade de produzir através de métodos naturais do planeta Terra, os alimentos de que necessitamos. Esses mesmos estudos referem que cerca de 80% do consumo é da responsabilidade de 20% da população mundial o que pode significar elevados desequilíbrios entre continentes, países e povos.
É, por isso, importante a busca de equilíbrios sociais, económicos e políticos.
Sociais, procurando a inclusão dos povos mais pobres, equilibrando os rendimentos per capita, possibilitando acesso à alimentação, à saúde e à formação.
Económicos, procurando produzir de acordo com as capacidades do planeta e recorrendo à tecnologia e ao conhecimento para encontrar formas de alimentar a população mundial diminuindo o desgaste do planeta. Neste ponto, é importantíssimo assumir que a tecnologia deve ser amiga do ambiente proporcionando métodos capazes de aumentar a produtividade do solo sem o esgotar. É importante que essas tecnologias e métodos sejam acompanhados de valores éticos e de responsabilidade, que tranquilizem a sociedade, sendo igualmente importante criar protocolos de responsabilidade que sejam motores de confiança. É, neste caso que, na minha perspectiva, as políticas têm que ser trabalhadas a nível global.
O mundo actual necessita de consensos no que se refere ao uso das tecnologias e métodos capazes de melhorarem a produtividade dos animais, sementes e outros recursos naturais. O mundo actual necessita, também, de definir políticas capazes de assumir que existem alterações demográficas e climatéricas que obrigam a alterar o “status quo”.
É necessária, então, uma abertura mental para as mudanças que têm que ser feitas.
Deste modo usar os recursos e capacidades do planeta, com ética e valores que salvaguardem o homem e o ambiente, é a chave para o equilíbrio necessário.
Como assumimos com os eventos de janeiro, em Lisboa, a assinatura do Memorando de Entendimento sobre a soja responsável, no âmbito do Projeto Soja Plus, no Brasil, ou o Workshop sobre Sustentabilidade, realizado em conjunto com a FEFAC, é este o caminho que a nossa Indústria está a percorrer, de uma forma responsável, como se demonstra nesta edição, que antedece o número 100 da Revista “Alimentação Animal”, e é por aí que deve caminhar.
Responsabilidade e Sustentabilidade como um desafio da Sociedade, conscientemente assumido e irreversível. Não uma moda passageira, porque as gerações vindouras não nos iriam perdoar.
António Santana
