Inovação e Digitalização: Chaves para a Competitividade da Indústria de Alimentação Animal e da Pecuária
Vivemos momentos em que a evolução da inovação tecnológica e a digitalização têm tido um crescimento exponencial nas várias áreas de atividade nos últimos anos.
Esta evolução visa substituir a decisão de pessoas em processos críticos de produção por sistemas de automação com regras claramente definidas. Com estas regras evitamos o erro humano associado aos processos que impactam com a qualidade dos nossos produtos que apresentamos ao mercado.
Na atualidade criar uma boa marca ou um bom produto é muito difícil, mas denegri-los é muito rápido, basta um erro de processo, uma má apresentação ou alguma incoerência documental.
Num mundo cada vez mais competitivo em que as empresas são cada vez maiores, a margem de erro é cada vez menor. Quem menos erra, mais probabilidade tem de crescer. Para evitar o erro temos de munir as nossas indústrias de ferramentas fortes que decidam pelas pessoas.
Cada vez mais a excelência organizacional prima pela existência de sistemas de regras, controlos de processos e robustas ferramentas de reporting. Só com estes parâmetros conseguimos tomar decisões corretas e atempadas, com a gestão de recursos, a definição de objetivos e a avaliação de resultados.
Na indústria da alimentação animal e pecuária têm sido dados largos passos no controle dos processos produtivos, a digitalização já não é algo facultativo, mas sim uma obrigatoriedade que está intrínseca ao crescimento sustentável das organizações.
Estas indústrias enfrentam atualmente uma série de desafios complexos, que vão desde a necessidade de produzir mais com menos recursos, até pressões ambientais, mudanças climáticas, bem-estar animal, rastreabilidade e exigências cada vez maiores por parte dos consumidores e dos mercados globais. Nesse contexto, a inovação e a digitalização surgem como fatores-chave para garantir a sustentabilidade e a competitividade do setor.
Nos últimos anos, ferramentas digitais como sensores, inteligência artificial (IA), plataformas de gestão integradas e análise de dados em tempo real têm vindo a transformar a forma como os produtores trabalham. Essas tecnologias permitem decisões mais rápidas e precisas, aumento da produtividade, melhor utilização dos recursos e redução de perdas que no final se traduz em resultado positivo.
Hoje já existem plataformas que através de diversos sensores (temperatura, humidade, CO2, etc) permitem evitar doenças e monitorizar o consumo alimentar. Com isso, os produtores ganham em eficiência e bem-estar animal. Na alimentação, algoritmos de formulação nutricional otimizam dietas com base na disponibilidade de matérias-primas, metas de desempenho e custos, contribuindo para uma nutrição de precisão.
As soluções digitais também aumentam a transparência e a rastreabilidade da cadeia produtiva, atendendo à procura dos consumidores por alimentos de origem animal mais seguros, éticos e sustentáveis. Além disso, o consumidor, hoje, tudo questiona, quer saber a origem dos animais, a sua rastreabilidade, genética, formulação da alimentação, dá muito valor ao bem-estar animal e está disposto a pagar mais por toda esta diferenciação.
Em conclusão, a adoção de tecnologias inovadoras e a digitalização dos processos são caminhos inevitáveis para quem deseja manter-se competitivo no setor da alimentação animal e da pecuária. Trata-se não apenas de acompanhar a evolução do mercado, mas de transformar desafios em oportunidades de crescimento, sustentabilidade e geração de valor em toda a cadeia alimentar.
Davide Vicente
Diretor da IACA

