A Comissão Europeia publicou, recentemente, um relatório especial do Eurobarómetro sobre as expectativas dos consumidores quanto aos sistemas alimentares do futuro. Elaborado nos 27 Estados-Membros da EU, este inquérito enquadrou-se no desenvolvimento da Estratégia “Do Prado ao Prato” e teve por objetivo perceber qual a opinião e a perceção dos cidadãos nas principais áreas relacionadas com esta iniciativa europeia.

Esta estratégia visa precisamente implementar um conjunto de medidas para promover a transição para sistemas alimentares mais sustentáveis nos pilares ambiental, social e económico, através da participação integrada e cooperativa entre todos os intervenientes da cadeia de abastecimento (desde a produção alimentar ao consumidor).

Ora, neste inquérito europeu, quando questionados sobre quem tem um papel a desempenhar para tornar os sistemas alimentares mais sustentáveis, os consumidores portugueses assumiram que no topo estão os produtores agrícolas e pesca (86%), a indústria agroalimentar (69%), o Governo (53%), os próprios cidadãos (50%) e o comércio/retalho (48%), dando às instituições europeias uma menor relevância (38%).

Podemos inferir que estas respostas refletem que o consumidor tende a dar importância à necessidade de cooperação da cadeia alimentar neste caminho mais sustentável, mas que, em contraponto, não estará a par da relevância da Europa na tomada de decisões sobre estes aspetos e de como estas se materializam, afinal, no seu “prato”.

Facto é que, se a indústria agroalimentar tem vindo a marcar passo, proativamente, no campo da sustentabilidade e dos seus três grandes pilares, não está dependente apenas de si e do trabalho com os restantes parceiros da cadeia.

Hoje, mais do que nunca, tem pela frente os desafios colocados pela União Europeia e 2021 começa com um dos maiores. Falamos da elaboração do Código de Conduta para Práticas Empresariais e Comerciais Responsáveis para o setor agroalimentar, integrado na Estratégia “Do Prado ao Prato” e cujo grande objetivo é facilitar a escolha dos consumidores de regimes alimentares saudáveis e sustentáveis.

A capacidade de cooperação entre toda a cadeia alimentar terá pela frente um teste decisivo e a FIPA, que estará a acompanhar este trabalho, acredita que existe um compromisso efetivo para que este seja ultrapassado com sucesso em prol da sustentabilidade e do consumidor.

Fonte: FIPA