Foi esta semana divulgado, em Madrid, que está finalmente operacional o novo mecanismo da UE para apoiar Estados membros a braços com situações de catástrofe, como foram os incêndios florestais em Portugal em 2017 e depois na Grécia.

O novo mecanismo europeu de proteção civil, chamado RescEU, conta agora com 13 meios aéreos (sete aviões e seis helicópteros da Croácia, França, Espanha, Itália e Suécia). Como é natural, Portugal reserva os seus meios para combater os incêndios no país. O RescEU projeta alargar os seus recursos, passando a dispor mais meios aéreos, bombas de água especiais, centros de busca e salvamento, hospitais de campanha e equipas médicas de emergência.

Creio que é uma boa notícia para Portugal, até porque em outubro de 2017 o auxílio europeu falhou clamorosamente. O comissário europeu do setor, Christos Stylianides, pediu desculpa aos portugueses por não ter conseguido encontrar nessa altura meios disponíveis na UE e disse aos jornalistas em Madrid que essa foi “uma das situações mais dolorosas da minha vida”. E recordou a sua “angústia perante as respostas dos ministros europeus (por ele telefonicamente contactados), dizendo que não tinham meios”.

Ao que parece, a UE aprendeu com o falhanço de há dois anos e montou um mecanismo mais credível.

Não compreendo o comentário depreciativo do presidente da Liga de Bombeiros, J. Marta Soares, quanto a este novo dispositivo europeu. Poderá funcionar melhor ou pior, mas será sempre um instrumento adicional de combate a incêndios florestais. Parece que Marta Soares receia, como sempre, que a autonomia dos bombeiros portugueses seja beliscada no teatro de operações. Então o essencial não será o combate eficaz aos fogos?

Fonte: Rádio Renascença / Agroportal